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Comunicado


Olá leitores.
Passei a publicar meus escritos no Medium. Conto com a presença de vocês por lá e fiquem à vontade de ler ou reler textos por aqui. Acesse!

Com carinho,
Gilstéfany.
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Das questões que eu não sei

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— Espera um pouco, a campainha.
— Você sempre tem alguma coisa melhor pra fazer, parece que não me leva a sério. Quando a gente vai ter essa conversa?
— A campainha...
— Não me importa o que é. Quer saber... se é pra ser assim é melhor a gente terminar.
— Foi a melhor ideia que você teve o dia inteiro. Se isso engrandece seu ego, diz pros seus amigos que quem terminou foi você e que eu estou chorando rios. Vai com Deus e não precisa voltar não.

A essa altura, o carteiro já tinha ido embora. Já imaginei de quem fosse a carta.

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Eles disseram

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Eles me disseram para ir ao shopping center, eu fui. Estando lá, entrei em todas as lojas procurando por ela, não encontrando, acreditei que devesse comprar e com isso ela viria, comprei. Não vindo ela, me sentei num barzinho e pedi um chope, pois eles me disseram que na minha embriaguez ela se tornaria presente, bebi. Em minha tontura me questionei do porque ela ainda não ter aparecido e esse questionamento causado por grande angústia por não tê-la fez-se voz e eles me ouviram. Ouvindo meu lamento, eles me disseram que haveria de fazer mais, a estrada era difícil e estreita, mas que teria plenitude e paz quando a atravessasse. Perguntei o que mais devia fazer e estava disposta à tudo desde que não me visse mais naquela situação deplorável de necessidade e na minha sinceridade eles disseram que eu devia agir diferente, perguntei como. Eles me disseram que devia fazer muitos amigos e ter pessoas de grande poder aquisitivo ao meu lado, que fizesse de tudo para não perder o meu espaço entre eles.
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Faça seu papel

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Quando eu estiver com você, me fale da economia mundial. Me conte sobre sua avó que sofre de Parkinson e se sua prima já voltou pro cara dela. Quando eu estiver com você me explique como Hitler fez avanços para a medicina à custo da vida alheia, eu finjo não saber. Me fala que você não sabe se tá seguindo a carreira certa e que espera ir morar fora algum dia. Quando eu estiver com você me conta sobre como quebrou o braço quando criança ou até que sua irmã não gosta de homens. Me diga que é bacana violão e que você queria muito saber tocar, mas acha que não nasceu com dom pra isso. Eu aceito até você dizer que "linda e ainda sabe tocar" que eu finjo que fiquei lisonjeada e te agradeço.
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Sobre medo e felicidade

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Uma vez me perguntaram se eu tinha medo de amar. Eu, que já estava sonolenta do vinho disse qualquer coisa e mudei de assunto porque esse não é o que mais me agrada e nem era o mais apropriado pro momento. Você, que deve estar ouvindo Radiohead agora e fazendo plano nenhum pro futuro, nem se daria ao trabalho de me perguntar isso. Fugi dos sábados e de ouvir qualquer sambinha que lembrasse a gente, mas é difícil. Os sambas que diziam que você devia perdoar toda a cena, a cena que eu fazia quando você tinha de ir e não demostrava o menor esforço de fingir que iria sentir saudades minhas e da minha pele, do meu pescoço e das minhas cores.
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Utopia

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Tudo o que vemos ou parecemos, não passa de um sonho dentro de um sonho. — Edgar Allan Poe

A gente para pra pensar e o que há? Na verdade, o despertador está tocando te alertando que mais um dia de flores está chegando e você pode até tentar se animar com o fato de que: Puxa! O dia está lindo hoje, que isso não vai adiantar nada. E também não adianta os planos feitos pro dinheiro bem merecido que você está fazendo, aparece uma coisa ou outra que te tira totalmente do planejado. Resta muito pouco pra nós.

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Está em você

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É o que acontece e não há forma de fugir disso. Nós nos relacionamos, magoamos as pessoas, deixamos elas acreditarem e elas irem embora também. Não ligamos no dia seguinte, somos orgulhosos e não vemos a hora de tirar o peso dos ombros que é carregar a pessoa que você não gosta. Porque não adianta quantas vezes nós nos relacionemos com outras pessoas, sempre voltamos para a mesma. 
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Prós e contras

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Naquele nosso encontro marcado em cima da hora, percebi que sua visão sobre mim está bem retorcida, colega. Vou colocar as cartas na mesa pra você. Acho muito legal, legal mesmo da sua parte se dar o trabalho de vir me ver quando estou disponível e interessada. Muito agradável de sua parte fazer o esforço de encontrar um tema legal para que a gente converse, troque ideias e até discuta às vezes. Muito bonitinho se incomodar em tentar fazer que eu reaja da forma que espera. Mas olha, não se dê ao trabalho e nem precisa ser agradável assim comigo. O meu chaveiro já é bonitinho, pode deixar, obrigada. Não precisa perdoar a frieza, poupei bastante gente do desgaste. Pode ir nem precisa se justificar, prefiro assim. Foi bom ter aparecido aqui naquele dia, adoro café à tarde; gostei dos olhares que trocamos, gostei da sua camiseta jeans e que dirá o DVD do Camelo que trouxe pra gente ver junto.
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Certos hábitos

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     O celular fazia barulhos alternados com os trimeliques do vibra e a luzes piscando. No visor "Marcelo" piscava insistentemente, era 18h15, e como nos últimos 7 anos, de segunda a sexta, o celular de Jaqueline tocava as 18h15.

— Alô. - Jaqueline atendeu o celular com uma voz pesada, de quem já na quarta-feira estava farta da semana.
— Oi Jaque, tudo bem com você?
— Vou bem, já já quase saindo, e com você?
— Eu vou indo, ahn... indo, aqui tá tudo bem. - A voz de Marcelo oscilava entre alegre e confusa. — Eu só liguei para desejar um bom descanso para você e um bom dia amanhã.
— Ah, obrigada, bom descanso para você também, e - um curto silêncio constrangedor fez com que Jaqueline mordesse os lábios — acho que é isso.
— Sabe Jaque, às vezes eu penso...
— Marcelo, preciso desligar senão perco o ônibus hoje.
— Ok, hum, tchau.
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